“Isso é real?” foi a primeira coisa que meio veio à cabeça quando cheguei na Fazenda Maeda, Itu, por voltas das três horas da tarde de domingo, 10/10. Depois de três meses de espera, quase dez horas de viagem até Itu, o tão esperado dia chegou. E chegou do jeito que eu esperava. Eu não pediria por mais nada, de verdade. Quando desci do ônibus (lata de sardinha?) na entrada do evento meu coração, sinceramente, deu uma disparada. Olhei ao meu redor e vi milhares de pessoas iguais a mim (ok, nem tanto mas vá), com as mesmas expectativas e com uma só intenção: fazer daquele dia o melhor de nossas vidas e cheio de histórias pra contar. E assim foi.
Depois de uma revista um tanto quanto constrangedora, uma sombrinha perdida e uma pá de risadas dadas na fila (quem mandou juntar um monte de mulher no mesmo lugar?), entrei definitivamente no SWU Music and Arts Festival e me senti no paraíso, sério. E se você quer saber, o paraíso é bem maior do que eu imaginava. O lugar era imenso. Mesmo. E eu ainda achei que o paraíso ficaria vazio. Oh, que ingênua eu sou. Onde mais colocariam 56 mil pessoas, certo?
Pois bem, eu vou ser bem sucinta com alguns shows, galera. Jota Quest foi mais do que eu esperava, e como diz meu companheiro de viagem, Geber, assistir o Rogério Flausino imitando um macaco tem lá a sua graça (ok, ele não falou desse jeito mas ok); e, pra falar a verdade, eles bem que sabem animar o público, de verdade. Capital Inicial, bom, valeria a pena só com o cover de “Mulher de Fases” e o Dinho Ouro Preto mucho loko (com o perdão da expressão).
Pulando algumas coisinhas, chego finalmente ao melhor show da noite, em minha opinião e, com toda certeza, ao melhor show da minha humilde vidinha de estudante/integrante do proletariado: Regina Spektor. Isso mesmo, se você acompanha o twitter do WLN deve ter visto a minha empolgação com os Reis lá, mas, sinceramente, nenhum show foi melhor que o dela. Alguns podem dizer que Regina só tem música parada e que assistir a uma apresentação dela deve ser sonífero. Vou te confessar, eu não esperava muito dela ao vivo também. E dou graças a Deus por ter me enganado. Cheguei à conclusão de que ela merece mais méritos do que qualquer outro artista que se apresentou no SWU àquele dia exatamente por causa do pianinho, o violoncelo e o violino. Você há de concordar comigo que é muito mais fácil animar o público com uma guitarra eletrizante do que com um piano calminho. E eu posso te garantir, querido nerd, a última coisa que eu fiz no show da Regina foi ficar parada. Pra ser sincera, pulei mais no show dela do que no do Capital ou mesmo do Mop Top, quando eles vieram até Juiz de Fora.
Regina Spektor tem um jeito muito sutil de interagir com o público e tanta suavidade encanta até o mais durão. Sério. Ela é educada, modesta e tem uma voz de dar inveja a muitos artistas, tenho certeza (exceto talvez Joss Stone, vou te contar um negócio, essa menina tem uma voz que olha). Tudo isso somado a um belíssimo conjunto de músicas fez com que eu ficasse fascinada pela apresentação dele e quisesse mais, MAIS!
Tudo bem, depois dessa declaração de amor à Regina Spektor você deve tá achando que eu esqueci deles, do Kings of Leon. Você se enganou, amiguinho. Apesar de ter considerado o show da colega russa ali em cima o melhor da noite, não posso deixar de lado a família Followill. Eles fizeram o dever de casa bem feito. Tocaram os hits (“Sex on Fire” e “Use Somebody), mostraram duas música do cd novo (“Radioactive” e “Back Down South”) e não se esqueceram de Molly Chamber’s e afins. Mas foi só. Sabe quando você espera muito, muito, muito, de alguma coisa e, no final, a coisa acontece do jeito certo mas não te satisfaz? Pois bem, o show deles foi assim. Eu não pude sentir aquela emoção vindo do palco ou aquela conexão entre os fãs. Não senti. Isso foi muito triste, mesmo.
Mas deixando de lado Regina e Kings, Dave Matthews Band, que confesso, não conhecia, com toda certeza ultrapassou as minhas expectativas positivas. A presença deles no palco deve gerar um campo magnético or something like that porque era palpável a força que juntava toda aquela gente “em volta” de um som. Foi magnífico de se ver.
Encerro aqui, deixando um gostinho de quero mais pra vocês (gírias obsoletas, quem curte?). Sábado boladão (gírias de funkeiros. Ninguém curte.), eu e Bruno faremos um post em conjunto pra falar mal do SWU. Sim! Até o paraíso tem o seu purgatório. Watch out!
See ya, folks.
Por mariana